Porque a Cúpula dos BRICS pode mudar o Comex como conhecemos?

Visão geral do evento

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva assume papel central na 17ª Cúpula do BRICS, que acontece nos dias 6 e 7 de julho no Rio de Janeiro. Como anfitrião do encontro, Lula lidera a coordenação dos debates e atua como mediador político entre os países membros. Sua principal missão é garantir consenso em temas sensíveis como a desdolarização do comércio internacional, o uso de tecnologias próprias de pagamento, a luta contra o terrorismo e os compromissos ambientais. Ele também tem buscado ampliar a presença da América Latina dentro do bloco, convidando países como México, Colômbia e Uruguai para dialogar durante o evento. Sua atuação reforça o protagonismo do Brasil em um momento de redefinição das alianças globais e abre espaço para novas oportunidades comerciais e diplomáticas. Com o slogan “Inclusive and Sustainable Global South”, o evento focará nas seguintes pautas principais:

  • Reformas na governança global.

  • Estímulo ao comércio em moedas nacionais, reduzindo a dependência do dólar.

  • Adoção de soluções baseadas em IA, cooperação climática e ampliação da parceria Sul-Sul .

Durante a presidência brasileira, foram realizados mais de 100 encontros ministeriais, culminando na cúpula de julho.

Principais novidades e decisões esperadas

  • Lançamento do Fundo de Garantia Multilateral (BMG): via Banco de Desenvolvimento do BRICS (NDB), visa reduzir riscos para investidores e atrair recursos privados em infraestrutura e sustentabilidade. A expectativa é que comece a operar em 2026.

  • Condenação unificada contra terrorismo: alinhamento em resposta ao atentado em Pahalgam, reforçando a postura de tolerância zero do bloco.

  • Foco na desdolarização: propostas incluem sistemas de pagamento com base em moedas locais, como blockchain inspirado no Pix brasileiro e e-Rupee indiano. O tema ganhou força nos fóruns preparatórios e nas declarações dos membros.

Tensão diplomática e ausências de peso

  • Ausência de Xi Jinping: será a primeira vez em 12 anos que o presidente da China não participa da cúpula, enviando o primeiro‑ministro Li Qiang em seu lugar. Fontes indicam que a razão vai além de conflitos de agenda – pode estar ligada à fala da primeira‑dama brasileira, Janja, criticando o TikTok na China.

  • Vladimir Putin e a questão do mandato do TPI: o presidente russo também deve ficar de fora para evitar violar mandado do Tribunal Penal Internacional, o que geraria uma crise diplomática.

Participação e diplomacia

  • Narendra Modi: o primeiro‑ministro da Índia participa ativamente da cúpula, marcando também uma visita a países como Gana, Namíbia e Trinidad & Tobago entre 2 e 9 de julho como parte de sua agenda diplomática.

  • Expansão do BRICS: além dos nove países-membros (incluindo Irã, Egito, Etiópia, Indonésia, EAU), o bloco conta com Vietnã e outros como “países parceiros”, fortalecendo o conceito de uma aliança ampliada do Sul Global.

Acompanhar esse tipo de evento não é apenas uma questão de interesse político. Para quem atua no comércio exterior, entender os desdobramentos da cúpula do BRICS é essencial para se posicionar estrategicamente frente a mudanças nas políticas comerciais, nos fluxos de investimento e nas práticas financeiras globais.

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